sábado, 16 de maio de 2009

PAPO DE BAR




Papo de bar é papo de bar.
Papo de esquina, escola, padaria, faculdade, açougue... é uma coisa.
Agora eu digo: papo de bar é papo de bar.

Há quem fale que o bar é uma escola.
Eu não duvido não, mas é impossível se sair de lá sem aquele famoso papinho de bar.
Se algumas doses de bebidas já estiverem descido goela abaixo então, não se iluda.

Nesta hora, planos mirabolantes são feitos.
Gari vira doutor, doutor vira gari....
Patrão vira empregado e vice e versa...

Nessa hora qualquer palavra é dita, sem a menor hesitação.
Não se economiza em hipérboles.
Até porque, ninguém vai se lembrar de nada mesmo no dia seguinte.

Papo de bar é papo de bar!

Ali, depois de “algumas”,
todos se abraçam como velhos amigos,
jogam sinuca, cantam e falam alto: “somos grandes amigos”.

Se olhando no fundo dos olhos
Como se realmente tudo aquilo conversado,
todos os planos e novas idéias para à vida
não fosse papo de bar.

Ali estão eles, ali estamos nós, sentados nas cadeiras, envolto a mesas cheias de copos e petiscos...
Os amantes do papo de bar
ASS: Renato Prado

quarta-feira, 13 de maio de 2009

O LOUCO E A CHUVA





A campainha é tocada.
--- Quem é?
--- É a chuva! E você quem é?
--- Eu sou o louco! Mas, espere um minuto, chuva não fala!
--- Claro que fala! Pois eu não estou falando?
--- Isso é verdade! Mas como vou saber se vossa senhoria é mesmo a dona chuva?
--- Sinta o clima de brisa. Sinta meu cheiro. É perfume de chuva fresca e calma!
“Como assim” ?---- pergunta o louco coçando os poucos cabelos---- Então existe várias de sua espécie, tem chuva calma, chuva violenta, chuva molhada, chuva seca, chuva de água, chuva de chuva ---- acaso vossa senhoria não é uma só?
Abre logo, diz a chuva tocando novamente a campainha--- você tem que Ter fé! Como posso me mostrar à você se não abre a porta? --- espere! Diz o louco assustado dando mais uma volta, fechando de vez a porta.
---- Não se deve abrir a porta à qualquer um! Ainda mais para um louco de voz estranha que se diz chuva. Que é, pensa que sou louco? Pergunta o homem ao objeto não identificado atrás da porta, já imaginando o apartamento cheio de água.
Mas a chuva, insistente, retruca --- Mas eu não sou homem, não tenha medo! Já lhe disse que sou chuva, fresca e calma.
---- E eu ,já lhe disse que chuva não fala! Completa o louco com água até o pescoço.
Anda pelo apartamento assustado já pensando que irá morrer afogado, o que fazer?!!! Pular da janela, se esconder no guarda – roupa, trancar mais a porta, debaixo da cama talvez, contra chuva não tem jeito! “ vou morrer afogado”.
Abre mais a janela, para a torrente de água passar, na tentativa de esvaziar o apartamento.
Olha paro o alto, grita: Meu deus, será que estou louco?
Mais uma vez a campainha é tocada, desta vez mais forte. E a “coisa” atrás da porta, insistente, continua:
---- Vamos, abra! Tenha calma, venho em missão de paz, estou cansada de andar por esta cidade, quero somente água e um bom banho!
---- Chuva não bebe água, e muito menos toma banho! Ponha – se para longe daqui, grita o homem, já decidido a não abrir porta.
---- Já te disse que, sou chuva sim! E venho em missão de paz.
Vim refrescar os homens e lhes darem perfume de brisa.
Mas se não acredita, vou – me embora! Pois tenho pressa --- Reunião marcada no espaço!
Já vou indo, até breve!
O louco, aliviado, senta no sofá molhado, e fica esperando ansioso o apartamento esvaziar.
Cosa a cabeça, pensa e pensa ...
Mas, em sua fértil imaginação, o apartamento se enche de água, cada vez mais.
“Não tem outro jeito vou Ter que abrir a porta para a água sair --- Seja o que deus quiser”.
Na dúvida, acende o esqueiro, pronto para detonar a inimiga molhada, se acaso não estiver ido embora. E vai lentamente abrindo a porta.
Daí, olha, primeiro um olho, depois o outro, é preciso cautela!
Felizmente ninguém está do outro lado.
E o louco respira aliviado. Agora já seco e de apartamento esvaziado.
De novo cosa a cabeça e pensa entrigado:
--- Quem será o louco que tocou a campainha?